quarta-feira, 29 de agosto de 2012

LINHA TÊNUE


Outro dia, disse a dois amigos queridos: Há uma linha muito tênue (e frágil) entre desejo de justiça e sede de vingança; admiração e inveja. O problema é que, para muitos, esta linha passa desapercebida. Sim, porque uma coisa é esperar que alguém, instituído de uma autoridade ou poder maiores, faça com que um ato de violação (da espécie que for) seja reparado, e outra coisa bem diferente é desejar (ou até mesmo providenciar para) que o causador da violação passe pela mesma situação, quiçá pior.

Coisa bem diferente também é olhar para alguém e reconhecer: Puxa, história de vida bonita esta que a Fulana construiu. É muito bacana ver o sucesso profissional que ela conseguiu na base do esforço e da dedicação; o casamento e a família que ela tem são realmente bem estruturados... quero ser igual a ela, porque ela é um exemplo a seguir. A isto eu considero ADMIRAÇÃO.

Contudo, este desejo de SER igual, ou TER igual, não pode virar uma obsessão, a ponto de aquele que admira desejar ter aquilo que pertence UNICAMENTE ao admirado, como as experiências de vida, as conquistas profissionais, o marido apaixonado e dedicado (ou a esposa apaixonada e dedicada), os filhos abençoados. Há pessoas tão emocional e espiritualmente doentes que tentam, a todo custo, descontruir a história de vida, a carreira, a família, a felicidade do outro. E fazem isto valendo-se de calúnias, invencionices e licenciosidades, e até amizades devotadas, tentando roubar, sem pudor, o que o outro conquistou pelos próprios esforços ou méritos legítimos, e isto, numa concepção bem simplista, é INVEJA.

É preciso sensibilidade para perceber quando a linha tênue está em perigo, para que não nos tornemos o perigo para os outros – e para nós mesmos; afinal, colhemos o que plantamos.